WANDINHA
No dia 03 de janeiro perdi mais uma amiguinha para a doença. Ela se foi. Não resistiu e finalmente sucumbiu à infecção. Recebi a notícia na rua, por mensagem da Dr.ª Alessandra, que fez o que pôde nesse tempo todo de internação. Ela era especial e muito diferente, difícil até, pois nem carne gostava de comer muito. Desde junho vinha batalhando contra esse inimigo para mim desconhecido e insidioso como um câncer. Me sinto culpado de não ter feito melhor, de não ter tido mais tempo para ela, de não ter me esforçado mais, vez que sozinho para cuidar deles. a experiência fica e os cuidados redobram. Quem conhece sabe que são como crianças. Frágeis como um vaso de porcelana fina. sem voz, resilientes e sob o comando do mundo e de instintos básicos para sobreviver. Desculpe qualquer falha minha amiguinha. Por dois anos, desde que recolhi você, sozinha e assustada nas ruas, deixada por uma humana que considero um lixo espiritual, você esteve em minha casa e soube destruí-la muito bem (rs). Batalhei um lar de verdade para você, pois não queria misturar você com os outros seis, tendo em vista o estresse e a transformação que eles experimentaram com a partida de Lívia. Ia agora construir uma casinha num espacinho legal para você, mas não deu tempo. A doença pegou você e Deus a libertou. Que esteja em paz e sem sofrimentos, num lugar em que os seres espirituais a acolham com carinhos e afagos. Um dia estaremos juntos com Maria Preta, Heloisa Helena, Nelinho e sua mãe humana.
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