PIPICA
Era pra ser fácil falar da Pi. Ela vivia atrás de mim, sempre me esperava chegar. Chovia, ela com medo, logo aparecia pra esconder. Era chata, grudava. Eu a via, mas como ela estava ali, tava tudo certo. Nunca fui de olhar e admirar, ela era constante. Nunca maltratei, mas hoje vejo que dei pouco valor. Na verdade eu ficava super feliz de ver ela esperando a gente chegar do passeio, ja que ela não gostava de ir junto. Sempre forte e cheia de saúde eu nunca precisei me preocupar. Ela era sempre jovem, esperta, alegre. Ja tinha 13 anos e nem vi passar. A doença da velhice chegou sem eu perceber e levou ela de mim. Deus me deu oportunidade de cuidar, de me desculpar pelas faltas, de amar incondicionalmente. Verdadeiramente. Choramos e sofremos esses últimos dias mas estreitamos nossos laços pra eternidade. Se eu merecer. É só o que peço. A graça da eternidade. Do reencontro. Hoje o que mais sinto falta é da Chata, Burrinho do Shrek, da Baba, da Cola. Dela, como ela era e eu não valorizei quando devia. Eu te amo Biera Bi e Pi, desculpe. Até mais.
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